Vamos explorar os mitos da mobilidade elétrica? Desconstruímos 9 ideias erradas (e juntamos 2 corretas) sobre estes veículos com a ajuda de um verdadeiro especialista: António Félix da Costa, campeão do mundo de Fórmula E em 2020.

Os veículos elétricos são lentos? Perigosos? Para conduzir um carro elétrico é preciso ter garagem? É tempo de esclarecer de uma vez por todas estes e outros mitos sobre a mobilidade elétrica.

1. Um carro elétrico anda menos do que um carro a combustão?

É claro que não, antes pelo contrário. Um veículo elétrico (VE) pode andar à mesma velocidade ou até mais do que um carro a gasolina ou diesel. “Lá por ser uma energia verde, não quer dizer que sejam carros mais fracos ou lentos”, destaca António Félix da Costa.

E como o binário máximo dos carros elétricos está disponível logo desde o arranque, a aceleração é superior à da maioria dos que são movidos por motores térmicos. A colocação das baterias por baixo do piso do habitáculo também ajuda a proporcionar uma experiência de condução segura e agradável.

2. Os veículos elétricos são perigosos por serem muito silenciosos?

António Félix da Costa explica que acima dos 20 km/h o ruído dos pneus em contacto com a estrada é percetível pelas pessoas, sendo um barulho semelhante até ao de carros a combustão à mesma velocidade. Por outro lado, como em zonas urbanas a velocidade de circulação pode estar abaixo dos 20 km/h, alguns veículos elétricos estão equipados com sinais acústicos para alertar peões ou ciclistas da aproximação de um automóvel elétrico.

3. Os carros elétricos são menos seguros do que os carros a combustão?

Nada disso! “Um automóvel elétrico passa pelos mesmos testes de segurança do que um veículo a combustão”, lembra o campeão do mundo de Fórmula E em 2019-2020. Quer isso dizer que os padrões de qualidade e segurança exigidos aos veículos elétricos são exatamente os mesmos também.

4. É perigoso usar um carro elétrico quando chove ou se há trovoada?

Este é um daqueles mitos que são recorrentes, aplicados a vários tipos de equipamentos elétricos. Mas a resposta é que, na verdade, tem os mesmos riscos do que utilizar um carro a combustão – a condução com condições climatéricas adversas. Mesmo a operação de carregamento do veículo, seja numa garagem ou num posto de carregamento na via pública, não traz qualquer perigo se for feita durante uma tempestade.

5. Os veículos elétricos demoram muito tempo a carregar? 

O tempo de carregamento da bateria de um carro elétrico depende de vários fatores, como a potência do posto de carregamento, potência do carregador interno do carro ou temperatura e nível de carga da bateria. No entanto, longe vão os tempos em que tinha de se esperar uma noite inteira para o VE ter bateria para alguns quilómetros.

Num posto de carregamento rápido, por exemplo, consegue-se o equivalente a 100 km de autonomia em alguns minutos, ou 10 minutos caso se trate de um posto ultrarrápido, como os que já existem em vários pontos de Portugal, particularmente em áreas de serviço das autoestradas.

6. Um carro elétrico não é amigo do ambiente porque usa eletricidade de origem fóssil?

Ao longo da sua vida útil, os veículos elétricos emitem quase 3 vezes menos CO2 do que os carros a gasolina ou gasóleo. Por outro lado, é cada vez mais fácil para os utilizadores de carros elétricos optarem por eletricidade 100% verde e, na maioria dos países da União Europeia, é possível escolher postos de carregamento que garantem energia de fonte renovável. Os clientes EDP Comercial que utilizarem o seu cartão de Mobilidade Elétrica para carregar o veículo fora de casa, por exemplo, têm essa garantia. E vale ainda a pena lembrar que mais de metade da eletricidade produzida em Portugal e na Europa já vem de fontes renováveis.

7. Os veículos elétricos devem ter a bateria entre os 20% e os 80%? 

Este caso não é um mito, é mesmo verdade”, afirma António Félix da Costa. O piloto de automóveis elétricos explica que esse “é o intervalo ideal para garantir o menor risco de degradação das baterias, para durarem mais anos”.

Nunca se deve esperar que a bateria descarregue totalmente antes de voltar a carregar, principalmente no caso das baterias de iões de lítio. Por outro lado, se vamos deixar um VE parado algum tempo (duas semanas, por exemplo), o ideal é deixá-lo com 50% a 60% de bateria

8. Ainda há poucos postos de carregamento para veículos elétricos?

Hoje em dia, muitas áreas de serviço, hotéis, centros comerciais e parques de estacionamento públicos disponibilizam postos de carregamento para veículos elétricos, e mesmo alguns restaurantes e lojas de grandes dimensões apostam nisso mesmo como elemento diferenciador. A EDP Comercial já tem cerca de 2.473 pontos de carregamento contratados, assim como diversos postos de carregamento disponíveis para os utilizadores de veículos elétricos na rede pública em todo o país, que podem ser encontrados facilmente através da app EDP Charge. Em alternativa, também é possível instalar em casa um charger (também conhecida por wallbox ou mesmo carregador elétrico) para carregar comodamente o seu carro elétrico.

9. Carregar um veículo elétrico em casa é mais barato?

O preço total a pagar por um carregamento na rede pública inclui a tarifa EGME, a tarifa da energia CEME, a tarifa pela utilização do posto e os impostos a aplicar (IEC e IVA). O valor final, cobrado na fatura mensal do CEME, varia de acordo com o comercializador e operador escolhido para cada carregamento. A rede pública MOBI.E traz rapidez de carregamento e garante postos um pouco por todo o país, possibilitando viagens tranquilas em veículo elétrico de norte a sul. Já em casa ou no trabalho o custo de carregamento com chargers depende apenas do contrato com o fornecedor de serviços de energia. No entanto, poderá sentir uma ligeira subida na fatura da eletricidade que é compensada com os custos que deixa de ter com o abastecimento de combustível fóssil.

10. Quem não tem garagem não deve ter um veículo elétrico?

Este mito não tem fundamento. A rede MOBI.E já tem cerca de 4.769 postos de carregamento espalhados pelo continente e ilhas, bastando ter um cartão CEME para os utilizar. E ao usar a app EDP Charge, consegue saber facilmente onde estão todos esses pontos de carregamento; iniciar, terminar ou agendar carregamentos; gerir a sua carteira virtual para os pagamentos; ou conhecer o histórico de energia consumida de cada vez.

11. Quem mora num condomínio não pode carregar o veículo elétrico na garagem?

É um daqueles mitos que começaram por ser verdade, mas já não são. Quem tem uma garagem partilhada, em que a energia é do condomínio, pode carregar um carro elétrico sem afetar os vizinhos, basta optar por uma das soluções especificamente desenhadas para condomínios. Além disso, há carregadores como os Premium Chargers EDP que garantem o controlo de acessos, monitorização de consumos e acerto automático de contas com o condomínio, funcionando também em conexão com a app EDP Charge. “Por isso, pessoal… não há desculpas! Espero que tenham ficado com vontade de ter o vosso carro elétrico. É incrível... e estão a poupar o planeta!”, lembra António Félix da Costa

Portanto, um carro elétrico é seguro, ágil, amigo do ambiente e pode ser alimentado com eletricidade 100% verde. A Mobilidade Elétrica é verdadeiramente a opção do presente, e já não se trata de uma questão de falta de oferta de veículos, autonomia ou de dificuldades de carregamento.

É possível ter um carro elétrico e carregá-lo comodamente em casa, ou usar os postos da rede de acesso público. Adicionalmente, o Estado promove incentivos fiscais na compra de veículos elétricos, tanto para particulares como para empresas.

Está à espera de quê para conduzir a sua vida de uma forma mais sustentável?