Se já faz parte dos portugueses que possuem painéis fotovoltaicos e está a ponderar começar a vender a energia solar que não consome, este é o artigo certo para si. Contamos-lhe tudo - dos requisitos às vantagens, e qual o passo-a-passo deste processo.

Sabia que pode transformar o seu excedente de autoconsumo numa fonte de rendimento? A venda do excedente de produção solar permite otimizar o retorno do investimento realizado, recebendo um pagamento pela mesma. Vamos começar pelo básico.

O que é o excedente de energia solar?

O excedente de energia solar corresponde à eletricidade produzida pelo seu sistema solar que não é autoconsumida, nem armazenada numa bateria solar. O valor da energia excedente é apurado através da aplicação do settlement, que se trata da diferença entre a energia consumida da rede e a energia injetada na rede, em cada período de 15 minutos. Isto significa que:

  • Tudo o que for produzido nesse intervalo de 15 minutos deverá ser consumido nesse mesmo intervalo;
  • O que não for consumido é injetado na rede e é iniciado outro ciclo de 15 minutos.

Nos sistemas de produção de energia renovável, como os sistemas de painéis fotovoltaicos, a produção de energia não está necessariamente alinhada com o seu consumo. Por exemplo, o intervalo de maior produção pode ser entre as 10 h e as 15 h, enquanto o pico de consumo ocorre ao final da tarde, quando toda a família regressa a casa. Como resultado, parte da energia que é gerada pode ser desperdiçada.

Para evitar esse desperdício, pode optar por armazenar a eletricidade em baterias solares, que guardam o excedente da energia produzida para ser utilizada nas horas em que o sistema solar não está a produzir. Outra solução passa por ajustar também os seus consumos de modo a retirar o máximo partido da produção nas horas de maior exposição solar, por exemplo, colocando a máquina de lavar loiça a trabalhar à tarde, em vez de o fazer à noite. Pode consultar esta e outras dicas para tirar o máximo partido dos seus painéis solares neste artigo.

No entanto, existe ainda uma outra solução simples e vantajosa que é vender o excedente à rede, gerando ainda mais valor com a sua energia.

Produzir energia solar para vender é rentável?

Esta é uma análise que depende de vários fatores e a resposta não é fixa, uma vez que o comercializador que vai comprar o seu excedente também tem influência. Contudo, de forma geral, a venda de excedente de energia solar pode ser uma solução vantajosa para ajudar a reduzir custos e tornar o seu investimento mais eficiente.

Em Portugal, as companhias elétricas compram o excedente solar a um preço inferior ao preço de consumo, geralmente entre 10% e 30% menos, dependendo do contrato.

No caso da EDP, com uma solução de 4 painéis, por exemplo, assumindo o preço que esteve em 2024, poderia ter poupado até 31 € por ano ao injetar 900 kWh na rede ou até 104 € com uma solução de 12 painéis solares, assumindo que injeta 3000 kWh na rede. Saiba mais aqui.

Fatores que influenciam a rentabilidade da venda do excedente

Conforme referimos antes, existem alguns aspetos a ter em conta na análise da rentabilidade. Cada um acaba por ter um impacto significativo no lucro gerado com a venda da energia solar que não consome, tornando-se crucial avaliar estas variáveis para tomar a sua decisão.

  • Tarifa de compra do excedente: O valor que lhe será pago encontra-se relacionado com a tarifa que lhe for aplicada pelo comercializador que escolher, sendo que esta poderá variar consoante o contrato e mercado. Quanto mais competitiva for a tarifa, maior será o retorno financeiro da venda do seu excedente de energia solar.
  • Dimensão do sistema fotovoltaico: A forma primordial de um sistema solar ser rentável está relacionada com a sua dimensão. Se possui um sistema fotovoltaico de apenas 1 a 3 painéis, então, é provável que não veja lucros significativos. No entanto, caso o seu sistema tenha uma dimensão superior, já poderá sentir algum retorno.
  • Sazonalidade: Em contraste com o Inverno, durante os meses de Verão, em que a produção de energia solar é naturalmente mais elevada, notará também diferença na quantidade de excedente que poderá vender, influenciando a rentabilidade global da venda.

Como vender o excedente de autoconsumo?

Para começar a vender a energia solar que não consome, deve assegurar que tem atividade aberta no CAE 35113, associado à produção de eletricidade proveniente de energia solar e, a partir daí, completar outros pontos. Para facilitar, elaborámos um passo-a-passo em que esclarecermos a ordem deste processo.

Passo a passo do processo

1. Abrir atividade no Portal das Finanças no CAE 35123. Se é uma pessoa singular e nunca abriu atividade nas Finanças, explicamos-lhe em maior detalhe como fazê-lo aqui. Se já tem atividade aberta, mas noutro CAE, veja como adicionar o novo CAE que mencionamos aqui.

2. Reunir a documentação necessária: 

  • Comprovativo de atividade;
  • Comprovativo de IBAN com validade inferior a 6 meses;
  • Comprovativo de comunicação de séries de autofacturação.

3. Contactar o comercializador selecionado para aderir à venda do excedente de autoconsumo depois de obter os documentos necessários, mencionados no passo acima. Na EDP, por exemplo, pode realizar o seu pedido de adesão de forma 100% digital, sem preocupações.

4. Receber o pagamento pela energia solar que não consome através do IBAN que forneceu. Recordando que, como em qualquer outro negócio, os períodos podem variar entre operadores. Caso opte pela EDP, a faturação é semestral e receberá o pagamento na sua conta bancária num período de 30 dias após envio da autofatura. 

Em suma, se tem um sistema de energia solar, vender o excedente de autoconsumo pode ser uma forma eficaz de otimizar o seu investimento e continuar a apoiar a transição energética.

A EDP oferece um serviço simples e eficiente para ajudá-lo a vender o seu excedente solar para que não desperdice tempo, nem energia - informe-se aqui e comece a rentabilizar a sua produção.