No caminho entre os carros poluentes a gasolina ou gasóleo e a mobilidade elétrica sustentável, os carros híbridos plug-in são uma opção que deve ter em conta. Descubra quais as vantagens e desvantagens deste tipo de veículo.

Como funciona um carro híbrido plug-in e qual a diferença face aos outros?

Explicado de forma simples, o aparecimento dos híbridos plug-in parece o melhor de dois mundos. Ter a suavidade de uma condução elétrica no dia a dia, livre de emissões poluentes, e conseguir chegar a todo o lado sem preocupações graças à autonomia das baterias e ao funcionamento do motor a gasóleo ou gasolina (como sabemos, os veículos com motor a combustão dependem totalmente do gasóleo ou gasolina para funcionarem).

Além disso, os PHEVs apresentam uma redução significativa nas emissões de CO2, especialmente quando usados predominantemente em modo elétrico. Um estudo realizado pela Agência Europeia do Ambiente indica que, em condições ideais, os PHEV podem emitir menos de 50 g de CO2 por km, comparativamente aos 120-150 g de veículos a combustão convencionais. No entanto, se usados de forma inadequada, com as baterias frequentemente descarregadas, o consumo e as emissões podem superar as de um carro convencional devido ao peso extra das baterias.

No extremo totalmente oposto, estão os carros 100% elétricos, cuja utilização é totalmente livre de emissões de CO2, já que não possui qualquer elemento a combustão. Por isso mesmo, é a alternativa mais limpa e cada vez mais procurada pelos portugueses - inclusivamente, em 2023, registou-se um marco histórico, uma vez as vendas de carros elétricos superaram as vendas dos carros a gasolina.

A expectativa é que esta tendência se acentue, à medida que os fabricantes conseguem assegurar uma autonomia cada vez maior nos carros elétricos que produzem. Por exemplo, atualmente, é comum encontrarem-se carros totalmente elétricos, desde as gamas mais altas às mais baixas, com autonomias superiores a 600 quilómetros, havendo já automóveis que superam os 700 quilómetros de autonomia.

Carro elétrico a carregar na via pública

Entre os modelos a combustão e os 100% elétricos, estão os modelos híbridos, que combinam as duas vertentes. Estes dividem-se em dois tipos grandes tipos:

  • Carros híbridos plug-in
  • Carros híbridos convencionais (sem plug-in)

Diferenças entre carro híbrido e carro híbrido plug-in

 Carros híbridos sem plug-in

Face aos carros a combustão, os híbridos convencionais (sem plug-in) melhoram um pouco a eficiência energética e reduzem as emissões poluentes associadas a esses motores, com recurso a um pequeno motor elétrico, que serve essencialmente como auxílio à condução. A utilização 100% elétrica é curta e a baixas velocidades (parques de estacionamento, primeiras centenas de metros na rua em cidade) pelo que, essencialmente, a componente elétrica reduz os consumos e as emissões poluentes numa condução regular e calma. Ou, então, melhora a dinâmica, quando se ‘puxa’ pelo motor a combustão, oferecendo energia extra.

Carros híbridos plug-in

Já os híbridos plug-in, ou PHEV (Plug-In Hybrid Electric Vehicle) como são universalmente chamados, trouxeram aos híbridos a capacidade de carregar as baterias através da rede elétrica, aumentando a possibilidade de utilização do carro sem qualquer consumo de combustíveis fósseis. Na prática, isto traduz-se na possibilidade de carregamento das baterias através de uma fonte externa (tomada e/ou wallbox), um motor elétrico mais potente e baterias maiores que permitem uma utilização 100% elétrica bastante mais alargada, oferecendo, na maioria dos casos, uma autonomia acima de 50 km.

Assim, os carros híbridos plug-in estão a um passo dos veículos 100% elétricos, cuja utilização não tem quaisquer emissões se as baterias forem carregadas com eletricidade 100% verde. Mas pelo facto de permitirem autonomias elétricas interessantes para o dia a dia, garantindo viagens regulares sem emissões de CO2 e com menor custo, têm sido cada vez mais procurados pelos portugueses.

O segredo dos híbridos plug-in: carregamento

Os veículos com tecnologia híbrida regeneram parte da energia das baterias durante a condução, quer nos momentos de desaceleração (em descidas, por exemplo), quer nas travagens. Mas essa regeneração não é suficiente para suportar a utilização exclusiva das baterias para a condução.

Os híbridos plug-in, por outro lado, permitem recarregar a energia das baterias, seja esta carregada em casa ou num posto de carregamento disponível ao público, tal como os veículos 100% elétricos. Assim, para uma utilização diária de apenas alguns quilómetros - levar crianças à escola, ir para o emprego ou qualquer outra deslocação curta e “pendular” - basta a energia das baterias, não sendo necessário recorrer ao motor a gasóleo ou gasolina. O que significa viagens mais verdes e baratas.

E mesmo atingido esse limite de condução elétrica - que em muitos casos ultrapassa os 50 quilómetros de autonomia real, quase ao nível dos primeiros carros elétricos - um PHEV pode continuar a circular de forma perfeitamente normal, recorrendo nesse caso apenas ao motor a gasolina ou gasóleo.

beneficios hibridos

Quais os benefícios fiscais dos phev?

Se é certo que os veículos 100% elétricos são os mais beneficiados em termos de incentivos e fiscalidade, os híbridos plug-in ainda mantêm alguma vantagem competitiva face aos motores térmicos e aos híbridos convencionais (HEV):

  • O Imposto Único de Circulação (IUC) - calculado em função da cilindrada e das emissões de CO2 - é bastante mais baixo nos PHEV;
  • O Imposto Sobre Veículos (ISV) - que os 100% elétricos não pagam - tem um desconto de 75% nos carros híbridos plug-in, desde que disponibilizem uma autonomia de 50 km e emissões abaixo de 50 g/km.

Quais as vantagens dos carros híbridos plug-in?

  • Possibilidade de utilização 100% elétrica na maioria dos trajetos diários;
  •  Redução significativa nos custos de deslocação se conseguir utilizar maioritariamente o motor elétrico;
  • Possibilidade de carregar as baterias em casa ou nos postos públicos para veículos elétricos;
  • Menos consumos e emissões quando se combina o motor elétrico e o de combustão;
  • Sem problemas de autonomia se as baterias ficarem sem energia;
  • IUC mais baixo e desconto de ISV caso cumpram a regra 50/50 (50 km de autonomia, CO2 de 50 g/km no máximo);
  • Possibilidade de entrada em zonas urbanas sem emissões ou de emissões reduzidas, havendo até híbridos que detetam esses locais e limitam a circulação à energia das baterias;
  • Oferta alargada de modelos e marcas, com destaque para formatos muito procurados e que ainda não estão tão presentes nos 100% elétricos, como SUV e carrinhas.

Mulher a introduzir a tomada de carregamento num carro elétrico

E as desvantagens?

  • O preço de compra do veículo é mais alto do que o de um híbrido convencional ou o de um carro a combustão, esbatendo-se a diferença nas gamas mais elevadas e marcas de luxo;
  • Depende do acesso fácil a tomada ou posto de carregamento para aproveitar as baterias – ainda que sejam cada vez mais as soluções para carregar em casa e com a expansão da rede pública, este tema é cada vez menos um entrave;
  • A autonomia exclusivamente elétrica não é comparável à de um veículo 100% elétrico;
  • Os consumos e emissões são superiores a um carro a combustão se as baterias estiverem descarregadas e se utilizar o motor a combustão;
  • Menos espaço na bagageira na maioria dos plug-in, devido à montagem das baterias;
  • Tecnologia mais amiga do ambiente do que a combustão, mas ainda assim dependente de combustíveis fósseis, cuja utilização tem cada vez mais entraves;
  • Custos de manutenção que podem ser superiores a um carro 100% elétrico, pela presença das duas tecnologias. Contudo, a manutenção da componente elétrica tende a ser bastante menos dispendiosa comparativamente a um carro a combustão.

Qual a poupança que se pode obter com os híbridos plug-in?

A poupança dos híbridos plug-in depende muito da sua utilização. Para os fabricantes automóveis, os híbridos, principalmente os plug-in, foram uma forma eficaz de reduzir as emissões poluentes - de forma a cumprir as exigências internacionais, nomeadamente na União Europeia - sem alterações profundas na gama disponibilizada ou necessidade de inverter totalmente os investimentos previstos.

Para os consumidores - que estão cada vez mais esclarecidos sobre os mitos dos carros elétricos, mas ainda não conseguem escolher essa opção mais sustentável - os híbridos plug-in permitiram encontrar modelos com um bom nível de equipamento, conforto e potência, a um preço semelhante ou até inferior a uma versão equivalente apenas a gasolina ou gasóleo. No entanto, o efeito positivo na carteira - e no planeta - depende muito da real utilização do automóvel.   

Por um lado, um automóvel híbrido plug-in pesa mais do que uma versão sem essa tecnologia, principalmente devido às baterias, pelo que o motor a combustão tem um esforço maior para mover o carro. Por outro lado, a presença do motor elétrico destina-se precisamente a reduzir os consumos, e as emissões poluentes, pelo que circular com as baterias descarregadas anula essa vantagem.

A condução do plug-in em modo 100% elétrico não implica diretamente o consumo de combustíveis fósseis nem emite gases poluentes. Contudo, a condução combinada - com o motor elétrico a dar assistência - permite reduzir bastante os consumos e as emissões, que ficam abaixo de um modelo apenas a combustão.

desvantagens hibridos

O caminho para a descarbonização: dos híbridos para os 100% elétricos

Os carros híbridos são um primeiro passo, muito importante, para a transição da mobilidade poluente para a nova mobilidade do futuro, mais limpa e sustentável. Mas tendo em conta que os híbridos plug-in não são absolutamente livres de emissões - se se usar o motor a combustão - é expectável que o futuro passe pela afirmação dos carros 100% elétricos como o “novo normal”.

As suas vendas já começaram a ultrapassar as de híbridos plug-in e até as de modelos a gasóleo em Portugal. Segundo a UVE - Associação dos Utilizadores de Veículos Elétricos, em setembro de 2024, os veículos 100% elétricos foram os mais vendidos na categoria de ligeiros de passageiros. Em conjunto, os veículos 100% elétricos e híbridos, representaram, em 2023, mais de 40% do mercado em Portugal.

Ao permitirem a utilização exclusiva das baterias no dia a dia, quando associada a deslocações curtas e a um local de carregamento acessível, os híbridos plug-in são uma forma simples de muitas famílias iniciarem o caminho rumo à mobilidade 100% elétrica. São uma opção a ter em conta, principalmente no caso de modelos familiares de grandes dimensões ou SUV, uma vez que o seu preço é normalmente inferior ao de um veículo elétrico com as mesmas características de espaço e conforto. Por outro lado, quando associado ao fornecimento de energia verde em casa, o carregamento das baterias e a utilização de um plug-in torna-se ainda mais sustentável.

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Os plug-in são uma opção a ter em conta, principalmente no caso de modelos familiares de grandes dimensões ou SUV, uma vez que o seu preço é normalmente inferior ao de um veículo elétrico com as mesmas características de espaço e conforto. Por outro lado, quando associado ao fornecimento de energia verde em casa, o carregamento das baterias e a utilização de um plug-in torna-se ainda mais sustentável e amigo do ambiente.