São os dois equipamentos mais usados em Portugal para aquecimento de água, mas, como todos os outros eletrodomésticos presentes numa casa, esquentadores e termoacumuladores têm um tempo de vida limitado, ao longo do qual a manutenção é essencial. Saiba o que deve ter sempre em atenção.
Há mais de 2,6 milhões de casas portuguesas ‘alimentadas’ por gás de botija, usado para esquentadores, fogões ou fornos. Existem também os esquentadores a gás natural canalizado, igualmente muito usados nas zonas em que essa energia está disponível, como algumas das principais cidades do país.
Já o mercado dos termoacumuladores elétricos tem vindo a crescer, com o aparecimento dos termoacumuladores inteligentes e dos híbridos, tecnologicamente mais avançados e eficientes.
Mas uma coisa é certa: desde as mais básicas às mais complexas e evoluídas, todas as soluções de aquecimento de água requerem algum tipo de manutenção ao longo da sua vida útil. Saiba de seguida que cuidados deve ter com estes equipamentos de forma a prolongar a sua vida e garantir o seu bom funcionamento.
Como e quando fazer a manutenção de um esquentador?
Os esquentadores a gás (de botija ou natural canalizado) são equipamentos de funcionamento simples e com uma longa vida útil, cerca de 25 anos. Esse tempo irá sempre depender:
- da proximidade a outras fontes de calor como os fornos e fogões
- do contacto com os elementos se estiverem instalados perto de uma janela ou varanda
- da humidade da divisão
- da utilização do esquentador, se for muito frequente e prolongada.
A manutenção propriamente dita, deve ocorrer sensivelmente de 10 em 10 anos, e ser sempre realizada por técnicos credenciados para o efeito. Além disso, os cuidados a ter passam pela atenção a odores estranhos junto ao esquentador, fumos, ruídos fora do habitual, alertas no ecrã digital se existir, ou pingos de água nos tubos de entrada ou de saída. A manutenção deve sempre ser feita por um técnico credenciado.
E no caso dos termoacumuladores?
Um dos fatores mais determinantes, talvez o mais importante, na vida de um termoacumulador, é a qualidade da água da rede pública. Se tiver muito calcário, pode danificar o seu depósito, levando à rutura. Não é recomendada sequer, por exemplo, a instalação de termoacumuladores em edifícios abastecidos de água a partir de um poço ou um furo.
Também a pressão muito elevada da água pode ter efeitos no equipamento. Recomenda-se a instalação de válvulas redutoras de pressão nestes casos.
A própria temperatura definida para a água é outro ponto a ter em conta. Por um lado, aumenta bastante o consumo de energia elétrica. Por outro lado, a vida útil é encurtada se o termoacumulador estiver em funcionamento constante a uma temperatura elevada.
Tendo em conta estes parâmetros, e sabendo que o tempo de vida útil de um termoacumulador ronda os 15 anos, a manutenção deve ser feita de 2 em 2 anos. O ânodo de magnésio - também chamado de metal de sacrifício, pois concentra em si a corrosão, protegendo o depósito do efeito da água - é a peça que inspira mais cuidados mas também a tuba necessita de ser revista para evitar calcificação e avarias. No caso de viver numa zona de água com muito calcário, poderá ser sensato fazer uma manutenção anual do seu termoacumulador.
Se tiver muito cuidado, já não preciso de recorrer a um técnico?
Neste tipo de equipamentos, sejam os esquentadores ou termoacumuladores, é sempre aconselhável que seja um técnico credenciado a fazer a manutenção. É necessário proceder à abertura dos mesmos, que deve ser feita com toda a segurança, especialmente por quem tenha um conhecimento profundo dos vários componentes que integram esquentadores ou termoacumuladores.
Em caso de avaria, os Packs EDP dispõem de serviços de Assistência Técnica destes e de outros equipamentos de casa.
Vida útil vs manutenção - critérios para escolha do equipamento ideal
É importante ter vários aspetos em conta antes de decidir o equipamento a instalar, e a relação entre tempo de vida útil, manutenção e custo é definitivamente um deles. No caso da vida útil apenas, o esquentador ganha em relação a um termoacumulador básico, já que facilmente ‘dura’ mais de 10 anos. Mas quando comparado com um termoacumulador híbrido, entra em cena o fator ‘eficiência’. É que um híbrido é duas vezes mais eficiente do que um esquentador e isso tem impacto direto na fatura a pagar, o que pode compensa a sua vida útil menor.
Em relação à manutenção propriamente dita, um termoacumulador deverá fazer uma manutenção de 6 em 6 meses, e de 2 em 2 anos deve substituir a válvula de segurança. A cada 5 anos é aconselhável uma limpeza do depósito.
Do ponto de vista energético associado ao ambiente, as soluções elétricas são menos poluidoras do que as de gás, havendo uma tendência para a eletrificação dos equipamentos, com vista à descarbonização.