Gerir os carregamentos e as deslocações, em função das distâncias e dos custos, é a melhor forma de tornar a mobilidade elétrica ainda mais eficiente.

A maioria dos condutores de automóveis percorre apenas algumas dezenas de quilómetros por dia, seja para o emprego, para levar crianças à escola ou para fazer umas compras. Os carros estão parados cerca de 95% do tempo, mais do que suficiente para escolher um carro elétrico eficiente e aproveitar para carregar as baterias nesses longos intervalos.

Além disso, os veículos elétricos (VE) têm baterias com cada vez maior capacidade de armazenamento, pelo que limitações relacionadas com a autonomia desses carros quase já não existem. Ainda assim, há sempre aquela deslocação maior, aquele fim-de-semana para ‘recarregar baterias’. E há também a questão dos custos de carregamento no dia a dia, que podemos sempre tentar reduzir.

Manter a bateria entre os 20% e os 80%

Se queremos que as baterias do nosso carro elétrico durem muitos e muitos anos, o melhor é manter a sua carga entre os 20% e os 80%. Menos do que 20% não é recomendável, e é até um risco em termos de imprevistos numa deslocação, e mais do que 80% também aumenta a degradação da bateria. Mesmo em termos de rapidez de carregamento, é bastante maior até aos 80%.

A partir daqui já pode gerir as suas necessidades do dia ou da semana e programar os carregamentos em função das suas deslocações, para não ter o carro sempre ligado à corrente.

Se vai fazer uma viagem de 200km ida e volta e os 80% representam 190km, claro que lhe interessa carregar bem as baterias antes, para evitar ter de recorrer a um posto de carregamento se tiver o tempo contado, mas convém sempre prever isso. A app EDP Charge, por exemplo, permite-lhe consultar a localização e disponibilidade dos postos de carregamento públicos da rede MOBI.E e dos instalados nas áreas de serviço das principais estradas.

Conhecer bem o seu veículo

Mais importante do que saber a autonomia máxima de um carro elétrico ou quantos dias passa sem o carregar em cidade, convém conhecer ao detalhe o seu comportamento - e o das baterias - num cenário de deslocações alargadas, com auto-estradas, montanhas, muitas curvas e retas intermináveis. Um automóvel a combustão tem tendência a gastar menos fora dos centros urbanos, já um carro elétrico, se não for conduzido de forma cuidada e eficiente, vai gastar a energia das baterias mais rapidamente fora da cidade.

Analisar o comportamento do seu carro em diversas situações ajuda a planear melhor, de forma realista, as necessidades de bateria tanto para o dia a dia como para as deslocações que saem da rotina habitual.

Escolher o momento certo para carregar o carro elétrico

Já sabemos que a bateria do nosso carro elétrico deve estar entre os 20% e os 80%. Se tivermos acesso a um ponto de carregamento em casa, mesmo que esteja integrado num condomínio, basta ligar o veículo à tomada, de preferência um charger específico para carros elétricos. E através da app EDP Charge, pode iniciar ou agendar o carregamento do seu veículo elétrico.

No entanto, podemos ainda escolher o momento adequado para carregar as baterias, que tenha menores custos e até menor impacto na rede pública de distribuição de energia. 

Caso tenhamos acesso a uma tarifa bi-horária ou tri-horária, já sabemos que à noite vamos gastar menos pela energia consumida. 

Fora de casa já não é tanto o momento que conta, mas mais o local. Há valores fixos com que podemos contar, como o custo da energia contratada para o nosso cartão CEME, por KW/h. Com o Cartão Mobilidade Elétrica EDP os clientes EDP têm um desconto de 20% sob o valor atual - 0,2394€/KWh , ou seja 0,1915€/KWh.

Carro elétrico a ser carregado

A tarifa EGME (Entidade Gestora da Mobilidade Elétrica) de 0,2964€ por carregamento, o IEC (Imposto Especial ao Consumo de Energia Elétrica) de 0,0001€/KWh, ou o IVA são outros gastos com que podemos contar.

Para anular a subida da tarifa EGME, o Governo dá em 2022 um desconto de 0,2614€ por cada carregamento, a figurar na fatura dos utilizadores de carros elétricos, pago pelo Fundo Ambiental. Há ainda o custo variável de cada posto de carregamento, definido pelo seu OPC (operador de posto de carregamento), que deve estar afixado de forma visível, mas que se pode encontrar em aplicações de mobilidade elétrica, como a EDP Charge.

Planear distâncias e rotas com a app edp charge

Fazer uma viagem ou deslocação mais alargada não depende apenas da autonomia do veículo elétrico, mas também da existência de pontos de carregamento e dos custos que estão associados à utilização de cada posto.

Existem mais de 3.500 postos de carregamento públicos integrados na rede MOBI.E espalhados por Portugal, entre normais, rápidos e ultrarápidos. Conhecer a sua localização e o seu tarifário ajuda a definir uma rota mais eficiente para o nosso carro, e essa é uma das vantagens da app EDP Charge.

A aplicação EDP Charge pode ser uma aliada fundamental no planeamento das suas viagens já que mostra a disponibilidade imediata de cada posto, permitindo também simular o valor estimado de custo e tempo. Para além disso, a aplicação permite simular o valor estimado total e o tempo para um carregamento de acordo com a percentagem de bateria que o veículo tenha no momento, e a percentagem pretendida, tipo de carregador e carro elétrico. Apresentando também o detalhe da composição do preço.

Rua com um carregador elétrico a carregar um carro e um homem a controlar pela aplicação

Avaliar as soluções de carregamento mais adequadas

Num mundo perfeito, ligar o veículo elétrico à tomada convencional de casa seria uma boa opção, pois causa o menor impacto nas baterias do automóvel. No entanto, além de nem todos os condutores terem essa possibilidade e de não ser sequer o mais adequado para o consumo energético em casa, também representa muitas horas em que o carro tem de ficar ligado à corrente - toda a noite para acumular energia para pouco mais de 100km. O ideal é mesmo optar por um carregador, como os Chargers EDP, que reduzem esse tempo substancialmente, ao mesmo tempo que evitam sobrecargas quer no sistema elétrico da casa quer no veículo.

Na rua, há postos de carregamento normais, rápidos e ultrarápidos. Para esse tipo de carregamento, devemos ter em atenção que quanto mais rápido, mais caro é o tarifário de utilização do posto, mas também pior para o carro - se for uma opção recorrente -, na medida em que é sempre um esforço extra e um aumento de temperatura a que as baterias são sujeitas.

Postos normais

Semelhantes à utilização de um charger em casa, os postos normais são os mais fáceis de encontrar um pouco por todo o país. Carregam em corrente alternada (AC), energia que é convertida na altura de ‘entrar’ no carro. É o carregador do carro que dita a potência (habitualmente entre 3,7kW e 22kW) e o tempo necessário, mas caso o posto tenha uma potência menor, é esse valor inferior que conta. Um carregador de carro de 11kW não vai usar os 22kW de um posto; e se o posto for de 3,7kW, é essa potência que vai ser transmitida ao carregador. Demora normalmente entre 40 minutos e 4 horas para carregar o equivalente a 100 km de autonomia nos postos normais.

Postos rápidos

Estes postos - bastante comuns já em vários locais, principalmente áreas de serviço - debitam uma potência entre 22kW e 50kWh. E como funcionam em corrente contínua (DC), a eletricidade vai diretamente para as baterias, é nelas que está o limite de carregamento e o tempo necessário. Mais uma vez, o que conta é a potência menor, seja a do posto de carregamento ou a das baterias. Em média, 20 minutos chegam para ter 100km de autonomia.

Postos ultrarápidos

Com um parque automóvel elétrico cada vez maior, bem mais de 100 mil carros elétricos a circular já nas estradas portuguesas, a rapidez de carregamento torna-se fundamental. Os postos ultrarápidos, com potência acima de 150kW, são seguramente o futuro. 5 minutos é o suficiente para ‘atestar’ 100km nas baterias. Ainda há poucos postos destes, porque são também raros os automóveis que suportam essa potência. Poderão ser usados por todo o tipo de carros, mas como a potência menor prevalece, perdem o caráter ‘ultrarápido’.

Quanto a preços, dependerão sempre do que está contratualizado no cartão CEME, do que o OPC - cobra pela utilização do posto e da ocupação do espaço de estacionamento, e das taxas e impostos. Os postos rápidos são mais caros do que os normais, que por sua vez têm um custo superior ao carregamento em casa - sujeito apenas aos custos normais do contrato de eletricidade.

No fundo, o tempo é o nosso melhor amigo na altura de utilizar e carregar um carro elétrico. Com a ajuda de aplicações como a app EDP Charge é fácil percorrer Portugal de norte a sul, o importante é escolher a rota certa para chegar aos postos que ficam mais em caminho, e que têm um custo menor.

Ao mesmo tempo, definir um tempo de paragem maior - uma noite, uma refeição - permite fazer uma gestão eficiente dos carregamentos e seus custos. Por outro lado, os postos rápidos ajudam quando temos de chegar longe rapidamente, mas devemos guardar esse tipo de utilização para quando é mesmo necessário. Os postos normais, e principalmente o carregamento em casa, têm um custo substancialmente mais baixo e garantem uma maior durabilidade das baterias do automóvel.