Pegada de carbono? Gases de efeito estufa? Transição energética? Todos os dias ouvimos estes nomes, mas será que sabemos o que querem dizer? Vamos abrir o dicionário da pegada carbónica e descobrir!

Para mudar ações é necessário saber e conhecer a razão pela qual estamos a mudar. O aquecimento global está em debate global há várias décadas e existem certas palavras (algumas mais parecem palavrões) que se repetem constantemente. Mas será que todos conhecemos o seu significado?

Vamos desmistificar alguns conceitos relacionados com a pegada carbónica, para que, na próxima conversa sobre o assunto (acredite, vai surgir uma conversa sobre este tema), possa falar e saber tudo o que está a dizer. Porque para reduzir, é necessário conhecer.

Pegada de carbono

A pegada de carbono ou pegada carbónica é considerada uma medida que calcula a quantidade de gases de efeito estufa libertados para a atmosfera, quantificando o impacto que uma pessoa, empresa ou atividade tem nas alterações climáticas.

Expresso em toneladas de CO2 emitidas, este cálculo considera todas as atividades quotidianas (alimentação, transporte, entre outras) que emitem gás carbónico.

Termos consciência da nossa pegada carbónica é o que nos permite alterar as nossas ações de forma a reduzir a nossa pegada de carbono e começar a compensação carbónica.

Gases de efeito estufa

Emitidos pela produção e consumo da maioria dos produtos e serviços, os gases de efeito estufa são substâncias gasosas que absorvem uma parte da radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra. São estes gases, também conhecidos por GEE, que assimilam os raios solares e os distribuem em formato de radiação para a atmosfera, permitindo que a Terra se mantenha aquecida.

Desta forma, são essenciais para a vida terrestre, pois se não existissem a superfície terrestres sofreria um intenso arrefecimento. No entanto, nas últimas décadas, temos assistido a um aumento dos gases de efeito estufa provocado por várias ações humanas, tais como a queima de combustíveis fósseis e a desflorestação. Isto provoca o conhecido aquecimento global, o que, sim, é uma ameaça à vida terrestre.

Aquecimento global

Este termo refere-se ao aumento das temperaturas, quer na atmosfera quer nos oceanos, que é provocado, principalmente, pelo aumento da emissão dos gases de efeito estufa. Assim, o aquecimento global acontece devido à camada de ozono estar danificada pelos GEE, o que faz com que os raios ultravioleta e, consequentemente, o calor irradiado do sol fiquem presos na superfície terrestre, contribuindo para que as temperaturas médias aumentem.

Este aumento de temperaturas está a preocupar todos os governos, tendo sido assinado, em 2016, o Acordo de Paris, que estabelece metas aos países para reduzirem significativamente as emissões de GEE de forma a limitar o aumento das temperaturas médias em 2ºC, até 2100. No entanto, em 2021, segundo o relatório da Organização Meteorológica Mundial, a temperatura média global aumentou 1.1ºC, em relação a 2020.

Camada de ozono

Também conhecida por ozonosfera, a camada de ozono tem como principal função a proteção do planeta Terra dos raios ultravioleta. Composta por ozono, o único gás que consegue filtrar a radiação UV-B e os raios UV-C, esta camada tem sido danificada por ações humanas, como a emissão de dióxido de carbono. Para além de provocarem o aquecimento global, os raios dos quais a camada de ozono nos protege provocam também doenças, como o desenvolvimento de cancro de pele, diminuição do desempenho do sistema imunológico e podem ainda provocar danos na visão.

Dióxido de carbono

Um dos principais gases de efeito estufa, o dióxido de carbono (CO2), ou gás carbónico, é um composto químico formado por dois átomos de oxigénio e um átomo de carbono, que é emitido pela respiração das plantas e animais. Este é o principal responsável pelas alterações climáticas, visto que é emitido pela mão humana abundantemente, na queima dos combustíveis fósseis, desflorestação e queimadas.

Compensação carbónica

A compensação carbónica é uma forma de conhecer a sua pegada de carbono e de tentar anular ou neutralizar essas emissões, através do apoio ou financiamento de projetos que promovam a captura de carbono ou evitam a sua emissão. Deve, primeiramente, medir as suas emissões de carbono, e depois pode apoiar financeiramente um projeto noutro lado do mundo ou mesmo ao seu lado.

Para reduzir a sua pegada carbónica pode começar por optar por eletrodomésticos mais eficientes, trocar por um carro elétrico, reduzir o consumo de carne ou fazer a transição energética para fontes de energia mais sustentáveis.

Transição energética

A transição energética consiste na troca gradual de fontes de energia poluentes para outras mais eficientes, sustentáveis ou baratas. Este fenómeno sucede consoante o aparecimento de novas fontes de energia, da mudança das necessidades de consumo da sociedade ou por influências externas.

Atualmente, a transição energética sucede cada vez mais devido às alterações climáticas e à premente necessidade de reduzir as emissões de carbono e de outros gases de efeito estufa para a atmosfera. Outro motivo que impulsiona a transição energética é a mudança da utilização de combustíveis fósseis para energias renováveis, principalmente no setor automóvel e na produção de plástico, óleos lubrificantes ou tecidos.

Esta transição é essencial para preservar o planeta pois os combustíveis fósseis são fontes não renováveis de energia, visto que o seu tempo de formação é de milhões de anos (são originados a partir de restos de plantas e animais decompostos há um longo período de tempo).

Para além disso, libertam uma grande quantidade de CO2 para a atmosfera, o que resulta no aquecimento global, extinção de espécies, entre outros problemas. Desta forma, apostar em energias renováveis, como hidroelétrica, solar ou eólica, é uma das soluções para salvar o planeta.