Face aos desafios ambientais com que nos deparamos, a bicicleta tem vindo a reconquistar um lugar primordial enquanto meio de transporte. E o estado português acaba de atualizar os incentivos à compra de bicicletas. Saiba tudo aqui.

Última atualização 25 de março de 2022

São cada vez mais as pessoas, hoje em dia, que optam por soluções de mobilidade verde. Seja pela poupança que representam (já que, por exemplo, carregar um carro elétrico é mais económico do que abastecer o depósito), seja por serem meios de transporte mais amigos do ambiente, a verdade é que, nos últimos anos, os carros elétricos e híbridos têm vindo a ganhar força no mercado.

A par destes veículos, também as bicicletas têm vindo a ser cada vez mais uma opção de mobilidade. Seja das convencionais ou das elétricas, para praticar desporto ou para se deslocar para o trabalho, a verdade é que há muito por onde escolher. O uso de bicicletas traz benefícios para a saúde e para o meio ambiente. Além disso, existem também apoios financeiros oferecidos pelo Estado.

Pode concorrer aqui aos apoios financeiros do Estado, ao abrigo do Fundo Ambiental, até 30 de novembro de 2022.

E para que possa abraçar esta forma de transporte mais amiga do ambiente e reduzir as emissões de CO2, descubra as diferenças entre os vários tipos de bicicletas e os incentivos financeiros associados a cada um. Pronto para pedalar? Vamos a isso.

Bicicletas convencionais ou elétricas?

As bicicletas podem ser divididas em duas categorias: as convencionais e as elétricas. As bicicletas convencionais são as mais comuns. Já as elétricas têm a adição de um motor elétrico e bateria que funciona como um assistente.

as vantagens de optar por uma bicicleta secundaria

Tal como no caso das bicicletas convencionais, também dentro das elétricas há vários tipos: urbanas, de estrada ou de montanha. A escolha do modelo indicado depende, apenas, do tipo de ciclismo que quer praticar: seja para um principiante, para quem se quer deslocar para o trabalho sem fazer muito esforço, ou até para os aventureiros dos trilhos e montanhas, há opções para todos.

Quanto aos preços, também há soluções para todas as carteiras. Estes variam bastante entre modelo e marca, consoante a autonomia e os níveis de assistência, bem como outros fatores. As urbanas ou de estrada são tendencialmente as mais baratas, podendo custar entre 370 e 5.000€. Para quem quer explorar a montanha ou fazer BTT, os valores mais baixos andam à volta dos 1.000€.

Outra variante das bicicletas são as bicicletas de carga, elétricas ou convencionais, que têm o objetivo de carregar várias pessoas ou cargas. Este tipo de bicicleta pode ser utilizado como serviço de transporte de mercadorias, podendo substituir até um quarto dos serviços. A capacidade de carga e a gama de preços também variam bastante, existindo bicicletas de carga mais pequenas e leves, com preços entre os 1.000 e os 2.000€, que conseguem transportar facilmente 80kg a 100kg, e de carga pesada, capazes de transportar até 350kg, com preços de compra entre 2.000 e 12.000€.

Porquê optar por bicicletas

Além dos benefícios fiscais, o uso de bicicletas é importante para ajudar a combater as alterações climáticas. Em Portugal, só o setor dos transportes é responsável por cerca de 25% das emissões de gases com efeito de estufa e o objetivo, a médio prazo, é reduzir drasticamente esse valor: o Roteiro da Neutralidade Carbónica de 2050 e o Plano Nacional de Energia e Clima 2030 pretendem diminuir em 40% as emissões de gases nos transportes no prazo de 9 anos.

Mas não são só os benefícios para o ambiente que tornam as bicicletas um meio de transporte a ter em conta. De acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas, as bicicletas são uma forma de promover a equidade entre residentes urbanos, facilitando a coesão social e aumentando a qualidade de vida. Este meio de transporte traz, também, vantagens para a nossa carteira, já que se evita os custos relacionados com estacionamento e combustível, e para a nossa saúde: o uso de bicicleta está associado a uma redução do risco de diabetes, cancro e obesidade.

Apoios e incentivos à compra de bicicletas

Atualmente, apenas 0,5% da população portuguesa se desloca de bicicleta. O objetivo, até 2030, é elevar esse número até à média da União Europeia: 7,5%.

Por isso, no âmbito do apoio à Introdução no Consumo de Veículos de Baixas Emissões, o Fundo Ambiental volta a atribuir incentivos à compra de veículos elétricos. A grande novidade é que, este ano, as bicicletas voltam a beneficiar de um aumento no valor do incentivo.

Motociclos, ciclomotores, triciclos, quadriciclos e outros dispositivos de mobilidade pessoal elétricos

Pela primeira vez, esta categoria vai incluir meios de transporte como skates, patins, hoverboards e monowheel. Para estes veículos, o orçamento disponível este ano é de 525 mil euros, num total de 1.050 cheques. A comparticipação, nestes casos, é de 50% do valor, até um teto máximo de 500€.

Bicicletas de carga

Sejam elétricas ou convencionais, para estes veículos o Estado vai disponibilizar 450 mil euros (mais 150 mil euros do que no ano passado), comparticipando em 50%, até 1.000€, as convencionais (em 2021 o valor máximo era 500€), e até 1.500€ as elétricas (mais 500€ do que no ano anterior). Tal como na categoria anterior, também nas bicicletas de carga os particulares poderão apresentar apenas uma candidatura e as empresas quatro.

Bicicletas elétricas de uso citadino

Para este tipo de bicicletas o Governo decidiu conceder um apoio substancial em 2022: 2.275 milhões de euros. O Estado irá atribuir um incentivo no valor de 50% do valor de compra, até um máximo de 500€ (mais 150€ do que em 2021), num total de 4.550 apoios

Bicicletas convencionais

Para as bicicletas convencionais o apoio mantém-se tal como em 2021: o Estado comparticipa com 20% do valor da compra, até um máximo de 100€. O que muda é a verba total disponível. Em 2022 passa a ser de 150 mil euros (mais 100 mil euros do que no ano passado), o que se traduz num total de 1.500 apoios.

A outra boa notícia é que todos estes incentivos podem ser acumulados com os apoios municipais, como, por exemplo, o que a Câmara de Lisboa oferece.

Para beneficiar dos apoios só precisa de se registar no Fundo Ambiental e submeter a candidatura. Os incentivos são válidos para empresas e particulares. No entanto, um cidadão particular poderá apresentar apenas uma candidatura e as empresas beneficiarão de um máximo de quatro apoios, que podem ser pedidos em conjunto, numa candidatura única, ou em quatro candidaturas separadas. O prazo termina no dia 30 de novembro de 2022.

Apesar de as candidaturas terem tido início em março, os incentivos vão abranger os veículos comprados a partir do dia 1 de janeiro de 2022.